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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O BUDISMO




O que é Budismo?

Budismo é um conjunto de escolas e ensinos que se focam na figura de Buda. Buda (sânscrito-devanagari: बुद्ध, transliterado Buddha, que significa Desperto, Iluminado, do radical Budh-, “despertar”) é um título dado na filosofia budista aquele que despertou plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos, reconhecendo a origem do sofrimento e como superá-lo atingindo o Nirvana. Geralmente este título é relacionado à Siddhartha Gautama, o fundador do Budismo, mas diversas escolas do Budismo reconhecem outros Budas em diversas eras. Apesar da veneração prestada por algumas escolas budistas, um Buda não é considerado como uma divindade, sendo que a condição de Buda pode ser atingida por qualquer ser humano que se proponha à isto (a forma de se obter este estado que varia de escola para escola).
Resumo
Budismo é um conjunto de escolas e ensinos que se focam na figura de Buda.
Buda significa em sânscrito o Desperto e é um título dado na filosofia budista aquele que despertou plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos, reconhecendo a origem do sofrimento e como superá-lo atingindo o Nirvana.
Geralmente este título é relacionado a Siddhartha Gautama, o fundador do Budismo, mas diversas escolas do Budismo reconhecem outros Budas em diversas eras.
O Budismo é uma filosofia de vida baseada integralmente nos profundos ensinamentos do Buda para todos os seres, que revela a verdadeira face da vida e do universo.
Quando pregava, o Buda não pretendia converter as pessoas, mas iluminá-las.
O Budismo é uma religião prática, devotada a condicionar a mente inserida em seu cotidiano, de maneira a leva-la à paz, serenidade, alegria, sabedoria e liberdade perfeitas. Por ser uma maneira de viver que extrai os mais altos benefícios da vida, é freqüentemente chamado de “Budismo Humanista”.

Introdução ao Budismo/Fundamentos do Budismo



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A base dos ensinamentos do Budismo é o sofrimento e a sua consequente extinção. Siddharta Gautama teve a compreensão de que o sofrimento é decorrente do desejo em todas as suas formas. Quando se deseja algo e não se obtêm a frustração gera o sofrimento, assim como quando se obtém o que se deseja há o desejo de manter o objeto do desejo. Para Siddharta, o desejo deve ser purificado de forma a eliminar o sofrimento. Siddharta codificou o mecanismo do sofrimento nas Quatro Verdades Nobres, e como purificar o desejo no Nobre Caminho Óctuplo.

Justamente por ter um aspecto prático, existem muitos debates se o Budismo deve ser considerado uma religião ou não. O Budismo originalmente preocupa-se apenas com a extinção do sofrimento humano, e não busca nenhuma interpretação religiosa ou metafísica do universo, apesar das diversas escolas budistas terem assimilados rituais, cultos e divindades de outras religiões para expressar suas interpretações do budismo através dos tempos. Por isto é comum que muitos praticantes de outras religiões também pratiquem doutrinas do budismo. O judaísmo por exemplo não considera o Budismo em si como uma forma de idolatria.
As Quatro Verdades Nobres são quatro afirmações que descrevem a natureza do sofrimento: As Quatro Verdades Nobres
A Natureza do Sofrimento (Dukkha)

“(..) esta é a nobre verdade do sofrimento: nascimento é sofrimento, envelhecimento é sofrimento, enfermidade é sofrimento, morte é sofrimento; tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero são sofrimento; a união com aquilo que é desprazeroso é sofrimento; a separação daquilo que é prazeroso é sofrimento; não obter o que queremos é sofrimento; em resumo, os cinco agregados influenciados pelo apego são sofrimento.(..)“
A Origem do Sofrimento (Samudaya)

“(..) esta é a nobre verdade da origem do sofrimento: é este desejo que conduz a uma renovada existência, acompanhado pela cobiça e pelo prazer, buscando o prazer aqui e ali; isto é, o desejo pelos prazeres sensuais, o desejo por ser/existir, o desejo por não ser/existir.(…)”
A Cessação do Sofrimento (Nirodha)

“(..) esta é a nobre verdade da cessação do sofrimento: é o desaparecimento e cessação sem deixar vestígios daquele mesmo desejo, o abandono e renúncia a ele, a libertação dele, a independência dele.(…)”
O Caminho(Mārga)para a cessação do Sofrimento

“(..) esta é a nobre verdade do caminho que conduz à cessação do sofrimento: é este Nobre Caminho Óctuplo: entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração correta.(…)”
O Nobre Caminho Óctuplo
Sabedoria (Prajñā • Paññā)
Visão ou Entendimento correcto (samyag-dṛṣṭi • sammā-diṭṭhi): “(…)E o que é o entendimento correto? Compreensão do sofrimento, compreensão da origem do sofrimento, compreensão da cessação do sofrimento, compreensão do caminho da prática que conduz à cessação do sofrimento. A isto se chama entendimento correto.(…)”
Intenção ou Pensamento correcto (samyak-saṃkalpa • sammā-saṅkappa): “(…)E o que é pensamento correto? O pensamento de renúncia, o pensamento de não má vontade, o pensamento de não crueldade. A isto se chama pensamento correto.(…)”
Conduta Ética (Śīla • Sīla)
Palavra ou Linguagem correcta (samyag-vāc • sammā-vācā): “(…)E o que é a linguagem correta? Abster-se da linguagem mentirosa, da linguagem maliciosa, da linguagem grosseira e da linguagem frívola. A isto se chama linguagem correta.(…)”
Atividade ou Ação correcta (samyak-karmānta • sammā-kammanta): “(…)E o que é ação correta? Abster-se de destruir a vida, abster-se de tomar aquilo que não for dado, abster-se da conduta sexual imprópria. A isto se chama de ação correta.(…)”
Modo de vida correto (samyag-ājīva • sammā-ājīva): “(..)E o que é modo de vida correto? Aqui um nobre discípulo, tendo abandonado o modo de vida incorreto, obtém o seu sustento através do modo de vida correto. A isto se chama modo de vida correto.(…)”
Meditação(Samādhi)
Esforço correto (samyag-vyāyāma • sammā-vāyāma) : “(…)E o que é esforço correto? (i) Aqui, bhikkhus, um bhikkhu gera desejo para que não surjam estados ruins e prejudiciais que ainda não surgiram e ele se aplica, estimula a sua energia, empenha a sua mente e se esforça. (ii) Ele gera desejo em abandonar estados ruins e prejudiciais que já surgiram e ele se aplica, estimula a sua energia, empenha a sua mente e se esforça. (iii) Ele gera desejo para que surjam estados benéficos que ainda não surgiram e ele se aplica, estimula a sua energia, empenha a sua mente e se esforça. (iv) Ele gera desejo para a continuidade, o não desaparecimento, o fortalecimento, o incremento e a realização através do desenvolvimento de estados benéficos que já surgiram e ele se aplica, estimula a sua energia, empenha a sua mente e se esforça. A isto se denomina esforço correto.(…)”
Atenção correcta (samyak-smṛti • sammā-sati): “(…)E o que é atenção plena correta? (i) Aqui, bhikkhus, um bhikkhu permanece focado no corpo como um corpo – ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. (ii) Ele permanece focado nas sensações como sensações – ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. (iii) Ele permanece focado na mente como mente – ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. (iv) Ele permanece focado nos objetos mentais como objetos mentais – ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. A isto se denomina atenção plena correta.(…)”
Concentração correcta (samyak-samādhi • sammā-samādhi): “(…)E o que é concentração correta? (i) Aqui, bhikkhus, um bhikkhu afastado dos prazeres sensuais, afastado das qualidades não hábeis, entra e permanece no primeiro jhana, que é caracterizado pelo pensamento aplicado e sustentado, com o êxtase e felicidade nascidos do afastamento. (ii) Abandonando o pensamento aplicado e sustentado, um bhikkhu entra e permanece no segundo jhana, que é caracterizado pela segurança interna e perfeita unicidade da mente, sem o pensamento aplicado e sustentado, com o êxtase e felicidade nascidos da concentração. (iii) Abandonando o êxtase, um bhikkhu entra e permanece no terceiro jhana que é caracterizado pela felicidade sem o êxtase, acompanhada pela atenção plena, plena consciência e equanimidade, acerca do qual os nobres declaram: ‘Ele permanece numa estada feliz, equânime e plenamente atento.’ (iv) Com o completo desaparecimento da felicidade, um bhikkhu entra e permanece no quarto jhana, que possui nem felicidade nem sofrimento, com a atenção plena e a equanimidade purificadas. A isto se denomina concentração correta..“
Nirvana

Nirvana (do sânscrito निर्वाण, Nirvāṇa no pali: निब्बान, Nibbāna) significa literalmente extinção, é o nome dado ao estado de libertação budista do sofrimento. Para cada escola budista, existem interpretações diferenciadas do que seja o Nirvana e de como este é atingido.

Buda descreve o Nirvana como um estado de perfeita paz da mente, livre de qualquer estado aflitivo (kilesa). O Cânon Pali também descreve outras perspectivas sobre o Nirvana: uma delas descreve que o Nirvana é o estado que permite ver a natureza vazia dos fenômenos. Também é apresentado como uma radical reorganização da consciência e seu despertar [1]. O estudioso Herbert Guenther afirma que com o Nirvana “a personalidade ideal, o verdadeiro ser humano” torna-se realidade.[2]

No Dhammapada, Buda diz que o Nirvana “é a maior felicidade”. Esta é uma felicidade duradoura, uma felicidade transcendente alcançada através da iluminação, não baseada na felicidade impermanente das coisas.
Escrituras e referências budistas





Edição do Cânone Pali

Buda não deixou nada escrito, tendo realizado seu ministério de forma oral. De acordo com a tradição budista, ainda no próprio ano em que o Buda faleceu teria sido realizado um concílio na cidade de Rajaghra onde discípulos do Buda recitaram os ensinamentos perante uma assembleia de monges que os transmitiram de forma oral aos seus discípulos. Porém, a historicidade deste concílio é alvo de debate: para alguns este relato não passa de uma forma de legitimação posterior da autenticidade das escrituras.

Por volta do século I a.C. os ensinamentos do Buda começaram a ser escritos. Um dos primeiros lugares onde se escreveram esses ensinamentos foi no Sri Lanka, onde se constitui o denominado Cânone Pali. O Cânone Pali é considerado pela tradição Theravada como contendo os textos que se aproximam mais dos ensinamentos do Buda. Não existem contudo no budismo um livro sagrado como o Tanakh, a Bíblia ou o Alcorão que seja igual para todos os crentes; para além do Cânone Pali, existem outros cânones budistas, como o chinês e o tibetano.

O canône budista divide-se em três grupos de textos, denominado “Triplo Cesto de Flores” (tipitaka em pali e tripitaka em sânscrito):
Sutra Pitaka: agrupa os discursos do Buda tais como teriam sido recitados por Ananda no primeiro concílio. Divide-se por sua vez em vários subgrupos;
Vinaya Pitaka: reúne o conjunto de regras que os monges budistas devem seguir e cuja transgressão é alvo de uma penitência. Contém textos que mostram como surgiu determinada regra monástica e fórmulas rituais usadas, por exemplo, na ordenação. Estas regras teriam sido relatadas no primeiro concílio por Upali;
Abhidharma Pitaka: trata do aspecto filosófico e psicológico contido nos ensinamentos do Buda, incluindo listas de termos técnicos.

Quando se verificou a ascensão do budismo Mahayana esta tradição alegou que o Buda ensinou outras doutrinas que permaneceram ocultas até que o mundo estivesse pronto para recebê-las; desta forma a tradição Mahayana inclui outros textos que não se encontram no Theravada.

Para a maioria das escolas budistas, a historicidade dos textos é independente da obtenção do Nirvana. A maioria das escolas consideram que as histórias, mesmo as fábulas, tem como objetivo principal não o de relatar fatos históricos tal como ocorreram, e sim que devem servir como um meio de se obter consciência dos fundamentos do budismo.
Resumo
A base dos ensinamentos do Budismo é o sofrimento e a sua consequente extinção.
Siddharta Gautama teve a compreensão de que o sofrimento é decorrente do desejo em todas as suas formas. Para Siddharta, o desejo deve ser purificado de palavras muito cahahjshfufahuf
O Nobre Caminho Óctuplo se compõe de : Visão ou Entendimento correto , Intenção ou Pensamento correta , Palavra ou Linguagem correta, Atividade ou Ação Correta, Modo de vida correto, Esforço correto, Atenção correta e Concentração correta.
Nirvana ou Nibbana é o nome dado ao estado de libertação budista do sofrimento.
Buda não deixou nada escrito, tendo realizado seu ministério de forma oral. O canône budista é baseado nas doutrinas conforme codificadas pelos discípulos de Buda e divide-se em três grupos de textos, denominado “Triplo Cesto de Flores” (tipitaka em pali etripitaka em sânscrito).
Notas
Peter Harvey, Consciousness mysticism in the discourses of the Buddha. in Karel Werner, The Yogi and the Mystic; Studies in Indian and Comparative Mysticism.” Routledge, 1995, page 82; [1].
Guenther, The Problem of the Soul in Early Buddhism, Curt Weller Verlag, Constanz, 1949, pp. 156-157.
Introdução ao Budismo/História do Budismo



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A história do Budismo desenvolve-se desde século VI a.C até o presente, começando com o nascimento de Siddhartha Gautama, o Buda histórico. Durante todo este período, a religião evoluiu à medida que encontrou diferentes países e culturas, acrescentando ao fundo indiano inicial elementos culturais oriundos do Helenismo, bem como da Ásia Central, do Sudeste asiático e Extremo Oriente. No processo, o Budismo alcançou uma expansão territorial considerável ao ponto de influenciar de uma forma ou de outra quase todo o continente asiático. A história do Budismo caracteriza-se também pelo desenvolvimento de vários movimentos e cismas, entre os quais se encontram as tradições Theravada, Mahayana e Vajrayana entre diversas outras.


Índice

A origem do Budismo: Siddhartha Gautama





Príncipe Siddhartha. Gandhara, século 2-3. Musée Guimet, Paris.

Sidarta Gautama ou Siddhartha Gautama (em sânscrito सिद्धार्थ गौतम, transl. Siddhārtha Gautama, em páli Siddhāttha Gotama) foi um príncipe que viveu por volta de 563 a.C. até 483 a.C., no reino de Śākya — que hoje em dia seria parte da fronteira do Nepal com a Índia. Gautama era seu nome de família, que significa “a melhor vaca”, e Siddhartha é uma junção do sânscrito Siddhi (“realização”, “completude”, “sucesso”, “liquidação de um débito”) e Artha (“alvo”, “propósito”, “meta”). Pode ser traduzido como “Aquele cujos objetivos são alcançados” ou ainda “Aquele que cumpriu a meta a que se propôs (na sua vida)”.

Tendo levado uma vida pautada pelo luxo sob a protecção do seu pai, o rei de Kapilavastu (território mais tarde integrado no Império Magadha), Siddharta casou-se ainda jovem com Yassodhara, com quem teve um filho que foi chamado Rāhula (“obstáculo”, em sânscrito). No entanto Siddharta tomando conhecimento das realidades do mundo, concluiu que a vida é sofrimento e aos 29 anos, decidiu deixar a vida palaciana para viver como um asceta na floresta. Praticou meditação e severas austeridades por 6 anos até que, aos 35 anos de idade, teve uma experiência religiosa à qual deu o nome de iluminação. A partir daí passou a ser conhecido como o Buda (Buddha, título honorífico em sânscrito que significa “Aquele que sabe”, ou “Aquele que despertou”), mais especificamente como Buddha Śākyamuni (“o sábio dos Śākya”).





Siddharta como asceta. Gandhara, século 2-3. Museu Britânico.

Viveu até os 80 anos de idade, transmitindo seus ensinamentos e conquistando uma grande legião de discípulos, monges ou leigos (sem ordenação monástica). Gautama foi contemporâneo de Mahaviracom o qual, segundo fontes religiosas e históricas, travou alguns diálogos como opositores.

A sua relutância em nomear um sucessor ou em formalizar a sua doutrina levaria à formação de vários movimentos nos quatrocentros anos seguintes. Em primeiro lugar surgiriam as escolas do Budismo Nikaya, das quais só sobreviveu o Theravada, e mais tarde o Mahayana.
O Budismo primitivo

Antes do patrocínio real de Asoka, o budismo parece ter sido um fenómeno marginal, pouco se conhecendo dos seus primeiros tempos. Dois importantes concílios tiveram lugar, embora o que saiba deles baseie-se em fontes posteriores.
O Primeiro Concílio Budista (século V a.C.)





As cavernas Sattapanni de Rajgir serviram como local do Primeiro Concílio Budista.

O primeiro concílio budista ocorreu em Rajagriha pouco tempo depois da morte de Buda, sob o patrocínio de Ajatasatru, imperador de Magadha, tendo sido presidido por um monge chamado Mahakasyapa. O concílio tinha como objectivo registar os ensinamentos orais do Buda (sutra) e codificar as regras monásticas (vinaya). A Ananda, primo de Buda e seu discípulo, foi pedido que recitasse os discursos do Buda e outro discípulo, Upali, recitou as regras da vida monástica. Estes dois elementos constituem a base do cânone pali, referência de ortodoxia em toda a história do budismo.
O Segundo Concílio Budista (383 a.C.)

O Segundo Concílio Budista foi convocado pelo rei Kalasoka, tendo decorrido em Vaisali, na sequência de conflitos entre escolas tradicionais do Budismo e um movimento de interpretação mais liberal conhecido como os Mahasamghikas. Para as escolas tradicionais, o Buda tinha sido um ser humano que alcançara o estado de iluminação e este poderia ser facilmente alcançado pelos monges seguindo as regras monásticas. Para os Mahasamghikas esta perspectiva era demasiado individualista e egoísta, propondo como verdadeiro objectivo o atingir do estado de budeidade. Tornaram-se proponentes de regras monásticas menos rígidas, que pudessem apelar a um maior grupo de pessoas.

Os Mahasamghikas seriam rejeitados durante o concílio, tendo estes se fixado durante vários séculos no noroeste da Índia e na Ásia Central, como mostram as inscrições Kharoṣṭhī datadas do século I d.C. encontradas perto do rio Oxus.
O proselitismo de Ashoka





Rei Ashoka

O rei máuria Ashoka converteu-se ao Budismo após a conquista brutal que empreendeu do território de Kalinga (hoje Orissa), no este da Índia. Arrependido dos horrores provocados pelo conflito, o rei decidiu renunciar à violência e propagar a religião budista construindo estupas e pilares nos quais se apela à renúncia de toda violência contra as pessoas e os animais.

Este período corresponde à primeira expansão do Budismo para fora da Índia. De acordo com os pilares e as placas deixados por Ashoka (“Éditos de Ashoka“), foram enviados missionários a vários territórios situado a oeste, como o reino greco-bactriano. É também possível que estas missões tenham alcançado o Mediterrâneo, segundo inscrições em pedras deixadas por Ashoka.
O Terceiro Concílio Budista (c. 250 a.C.)

O Terceiro Concílio Budista foi convocado por Ashoka em Pataliputra (Patna) por volta de 250 a.C., tendo sido presidido pelo monge Moggaliputta. O objetivo do concílio era tentar reconciliar as diferentes escolas budistas, purificar o movimento budista de facções oportunistas atraídas pelo patrocínio real e estabelecer as viagens de missionários budistas para todo o mundo.

O cânone pali (Tipitaka; em sânscrito Tripitaka, “os três cestos”), que compreende textos de referência do Budismo tradicional e que se considera ter sido transmitido pelo Buda, foi formalizado nesta ocasião. É composto pela doutrina (Sutra Pitaka), pela disciplina monástica (Vinaya Pitaka) e por um novo corpo de textos de carácter filosófico (Abhidharma Pitaka).

As tentativas de Ashoka de purificar o Budismo acabaram por produzir uma rejeição de movimentos budistas emergentes. Após 250 a.C., a escola Sarvastivada (rejeitada pelo Terceiro Concílio, segundo a tradição Theravada) e a escola Dharmaguptaka tornaram-se influentes no noroeste da Índia e na Ásia Central até a época do império dos Kushana nos primeiros séculos da era comum. A escola Dharmaguptaka caracterizava-se por acreditar que o Buda era um ser que estava separado e acima da comunidade budista, enquanto que a escola Sarvastivadin acreditava que o passado, o presente e o futuro coexistiam ao mesmo tempo.
O mundo helenístico





Proselitismo budista nos tempos do rei Ashoka (260–218 AC).

Alguns do editos de Ashoka revelam o seu esforço em difundir o Budismo pelo mundo helenístico, que na época formava um espaço coeso que ia da fronteira da Índia à Grécia. Os editos mostram um claro entendimento da organização política do mundo helenístico: os nomes e a localização dos principais monarcas da época são indicados. Os monarcas helenísticos Antíoco II do reino Selêucida, Ptolomeu II Filadelfo do Egipto, Antígono Gonatas da Macedónia, Magas de Cirene e Alexandre II de Épiro são apresentados como alvos da mensagem budista.

Para além disso, de acordo com as fontes em pali, alguns dos emissários de Asoka eram monges budistas de origem grega, o que revela intercâmbios culturais entre as duas culturas.





Inscrição bilingue em grego e aramaico pelo rei Ashoka em Kandahar. Museu Cabul(clique na imagem para tradução completa em inglês).

Não se sabe até que ponto estes contactos podem ter sido influentes, mas alguns autores apontam para a existência na época de um certo sincretismo entre o pensamento helenístico e o budismo. É conhecida a existência de comunidades budistas em cidades do mundo helenístico como Alexandria e apontam-se influências do Budismo Theravada na ordem dos Therapeutae.
Expansão asiática





Roda da Lei criada pelos Mons(Dharmachakra), arte de Dvaravati, c.século 8.

Nas regiões a este do subcontinente indiano (aquilo que corresponde atualmente ao Myanmar), a cultura indiana viria a influenciar o povo Mons. Este povo teria sido convertido ao budismo por volta de 200 a.C. graças à influência proselitista de Ashoka, antes do cisma entre o budismo Mahayana e o budismo Hinayana. Os templos budistas Mon mais antigos têm sido datados como pertencentes a um período entre o século I e o século V da era comum.

A arte budista dos Mons foi influenciada pela arte indiana do período Gupta e pós-Gupta, tendo o seu estilo maneirista se difundido pelo sudeste asiático em resultado da expansão do reino Mon entre os séculos V e VIII. A tradição Theravada espalhou-se pela região norte do sudeste asiático sob influência Mon até o século VI, quando começou a ser substituída pela tradição Mahayana.

O Budismo teria chegado ao Sri Lanka no século II a.C. devido à ação de um dos filhos de Ashoka, Mahinda, que por ali teria passado acompanhado por mais seis homens. O grupo teria convertido o rei Devanampiya Tissa e muitos nobres. Foi nesta época que foi construído o monastério de Mahavihara, centro da ortodoxia cingalesa.
A perseguição da dinastia Sunga

A dinastia Sunga (185-73 a.C.) surgiu em 185 a.C., cerca de cinquenta anos depois da morte de Ashoka. Após ter deposto o rei Brhadrata (último representante dos Máurias), o militar Pusyamitra Sunga conquistou o trono. Sunga era um Brâmane ortodoxo que alegadamente era hostil ao Budismo, o qual teria perseguido. Segundo relatos, ele teria destruído mosteiros e mandado matar monges. Em locais como Nalanda, Bodhgaya, Sarnath e Mathura, grande parte dos mosteiros budistas teria sido convertida em templos hindus.
Interação greco-budista (século II a.C. – século I a.C.)





Estátua greco-budista, uma das primeiras representações de Buddha, século 1-2, Gandhara.

Nas regiões a ocidente do subcontinente indiano, existiam reinos gregos na Báctria (norte do Afeganistão) desde o tempo da conquista de Alexandre Magno em 326 a.C. Cronologicamente, surgiria primeiro o reino dos Selêucidas e mais tarde o reino greco-bactriano (a partir de 250 a.C.).

O rei greco-bactriano Demétrio I invadiu a Índia até Pataliputra em 180 a.C., tendo estabelecido um reino indo-grego que duraria em partes do norte da Índia até o século I a.C..

O rei indo-grego Menandro I (rei entre 160-135 a.C.) teria se convertido ao Budismo. As moedas deste rei apresentam a referência “Rei Salvador” em grego e por vezes desenhos da “roda do Dharma”. Após a sua morte, a honra de partilhar os seus restos mortais foi disputada pelas cidades que governou, tendo sido os seus restos colocados em estupas. Os sucessores de Menandro inscreveram a fórmula “Seguidor do Dharma” em várias moedas e retrataram-se realizando a mudra vitarka.

A interacção entre a cultura helenística e budista pode ter tido alguma influência sobre a evolução do Mahayana, pois esta tradição apresenta uma perspectiva filosófica e um tratamento do Buda como um deus que faz lembrar os deuses gregos. É também por esta altura que surgem as primeiras representações antropomórficas de Buda.
A ascensão do Budismo Mahayana





Expansão do Budismo Mahayana entre os séculos 1-10 EC.

A ascensão do Budismo Mahayana a partir do século I a.C. está relacionada com as complexas mudanças políticas ocorridas no noroeste da Índia. Os reinos indo-gregos foram gradualmente aniquilados e a cultura destes absorvida pelos Citas e mais tarde pelos Yuezhi, fundadores do Império Kushana (12 a.C.).

Os Kushanas apoiaram o Budismo e um quarto concílio budista seria mesmo convocado pelo imperador Kanishka por volta do ano 100 a.C. em Jalandhar ou em Caxemira. Esta concílio está associado à emergência do Budismo Mahayana e à separação deste da tradição Theravada, que não reconhece a validade do concílio, o qual denomina como “concílio dos monges heréticos”.

Kanishka teria juntado quinhentos monges em Caxemira, liderados por Vasumitra, para editar o Tripitaka.

Esta nova forma de Budismo caracterizava-se por tratar o Buda quase como um deus e pela ideia de que todos os seres possuem uma natureza de Buda.

A partir de então e no período de alguns séculos, o Budismo Mahayana floresceu e espalhou-se a este, da Índia ao sudeste asiático e em direcção à Ásia Central, China, Coreia e Japão (em 538).
Índia

Após o fim do Império dos Kushanas, o Budismo floresceria na Índia durante a dinastia dos Guptas (séculos IV-VI). Vários centros do saber Mayahana seriam criados, como Nalanda no nordeste da Índia, que se tornaria umas das universidades budistas mais importantes durante vários séculos, com mestres conhecidos como Nagarjuna. O estilo gupta de arte budista tornou-se influente à medida que a religião se difundiu do sudeste asiático à China.

No século VII, o Budismo indiano começou a entrar em decadência em consequência das invasões dos Hunos Brancos e do Islão. No entanto, teria um renascimento durante a época do império Pala, entre os séculos VIII e XII.

Um dos acontecimentos mais marcantes na decadência do Budismo indiano ocorreu em 1193 com a destruição de Nalanda por povos túrquicos islâmicos liderados por Muhammad Khilji. No final do século XII, após a conquista islâmica do baluarte budista de Bihar, os budistas deixaram de ser uma presença significativa na Índia. Para o desaparecimento do Budismo também contribuiu o revivalismo hindu expresso através da escola Advaita Vedanta e no movimento Bhakti.

Apesar de ter nascido na Índia, o Budismo é hoje praticado em pontos isolados do país.
Centro e Norte da Ásia
Ásia Central

A Ásia Central esteve sob influência do Budismo provavelmente deste o tempo do Buda. Segundo uma lenda preservada em pali (a língua da tradição Theravada), dois irmãos mercadores da Báctria, Tapassu e Bhallika, visitaram o Buda e tornaram-se seus discípulos. Quando regressaram à Báctria construiram templos dedicados ao Buda.

A Ásia Central era, já há muito tempo, o ponto de encontro entre os mundos chinês, indiano e persa. Durante o século II a.C., a expansão da Dinastia Han para o ocidente fez com que entrassem em contacto com as civilizações helenísticas da Ásia. Depois disso, a expansão do Budismo para o norte levou à formação de comunidades e de reinos nos oásis da Ásia Central. Algumas cidades da Rota da Seda era compostas praticamente por estupas e mosteiros budistas, sendo provável que um dos seus objectivos seria acolher os viajantes entre este e ocidente.

O Budismo na Ásia Central entrou em declínio com a expansão do islão no século VII. Os muçulmanos não consideraram os budistas como “Povos do Livro” e consequentemente não os toleraram.
Bacia de Tarim

A região oriental da Ásia Central (Xinjiang, Bacia de Tarim) tem revelado ricas obras de arte budista (pinturas murais, esculturas, objectos rituais…), que mostram influências helenísticas e indianas.

A Ásia Central parece ter desempenhado um importante papel na difusão do Budismo para o oriente. Os primeiros tradutores das escrituras budistas para o chinês eram naturais da Ásia Central (da Pártia, Sogdiana ou de Kushan). Os monges budistas da Ásia Central e do Extremo Oriente parecem ter estabelecido contactos culturais significativos, como mostram os frescos da Bacia de Tarim.
China

É provável que o Budismo tenha chegado à China por volta do século I d.C., vindo da Ásia Central (algumas tradições falam também de um monge budista que teria visitado o país no tempo de Asoka).

A introdução oficial do país à religião data de 67 d.C. com a chegada dos monges Moton e Chufarlan. Em 68, sob patrocínio imperial, eles estabeleceram o Templo do Cavalo Branco, que ainda existe hoje em dia, perto da capital imperial Luoyang. No final do século II, uma próspera comunidade budista existia em Pengcheng (actualmente Xuzhou).

Os primeiros textos conhecidos do Budismo Mahayana são traduções em chinês realizadas pelo monge Lokaksema em Luoyang, entre os anos de 178 e 189 d.C.. Os objectos mais antigos que se conhecem relacionados com o Budismo na China são “árvores de dinheiro”, datadas de cerca de 200 d.C., reflectindo o estilo de Gandhara.

O Budismo na China floresceu no início da dinastia Tang. Esta dinastia caracterizou-se de início por uma forte abertura em relação a contactos com o estrangeiro, tendo se verificado entre os séculos IV e XI várias viagens de monges budistas chineses à Índia. A capital da dinastia, Changan (actualmente Xian), tornou-se um importante centro de pensamento budista. A partir dali, o Budismo chegaria à Coreia.

No entanto, no fim da dinastia Tang, as influências exteriores passaram ser mal encaradas. Em 845, o imperador Wuzong proibiu todas as religiões “estrangeiras” (Cristianismo nestoriano, Zoroastrismo e Budismo), com o objectivo de apoiar o Taoísmo. Ao longo do território, o imperador mandou confiscar os bens budistas e destruir templos e mosteiros.

Apesa disso, o Budismo Chan e o Budismo Terra Pura prosperaram durante alguns séculos. O Budismo Chan foi bastante importante durante a era da dinastia Sung, tendo os seus mosteiros funcionado como grandes centros do saber.

Hoje em dia, a China possui uma das mais importantes colecções de arte budista do mundo.
Coréia

O Budismo chegou à Coreia em 372 d.C., quando embaixadores chineses visitaram o reino de Koguryo, trazendo consigo textos e esculturas. O Budismo viria a florescer na Coreia, em particular na sua forma Seon (Zen) a partir do século VII. A partir do século XIV, com o início da dinastia confucionista Yi o budismo seria discriminado e praticamente erradicado, com excepção do movimento Seon.
Japão





O Buda de Kamakura (1252).

O Japão tomou contacto com o Budismo no século VI, quando monges coreanos viajaram até às ilhas levando consigo escrituras e obras de arte. No século seguinte o estado japonês adoptaria o budismo como religião oficial.

O facto de estar situado no fim da Rota da Seda faria com que o Japão preservasse muitos aspectos do budismo numa época em que este começava a desaparecer na Índia, Ásia Central e China.

A partir de 710 vários templos e mosteiros seriam construídos em Nara, entre os quais o pagode de cinco andares ou o templo de Kōfuku-ji. Sob patrocínio real seriam realizadas inúmeras estátuas e pinturas. A criação de uma arte budista japonesa ocorreria durante os períodos Nara, Heian e Kamakura.
Sudeste asiático

Durante o século I d.C., o comércio na parte terrestre da Rota da Seda tendeu a restringir-se devido à ascensão no Médio Oriente da Pártia, um inimigo de Roma. Ao mesmo tempo, entre os Romanos crescia a procura por produtos de luxo de origem asiática. Esta procura reaviveu os contactos por mar entre o Mediterrâneo e a China, funcionando a Índia como intermediária. A partir desta altura, graças aos contactos comerciais e até mesmo intervenções políticas, a Índia passaria a influenciar o sudeste asiático. Rotas comerciais uniam a Índia com a Birmânia, com o sul e o centro de Sião e com a sul do Camboja e do Vietname.

Durante mais de mil anos a influência cultural da Índia foi um factor de unidade cultural entre os países da região. As línguas pali e sânscrita, o budismo Theravada e Mahayana, o bramanismo e o hinduísmo foram transmitidos à região através de contacto directo e de textos literários como o Ramayana e o Mahabharata.

Entre o século V e o século XIII, o Sudeste asiático conheceu impérios poderosos e tornou-se bastante activo nas tradições artísticas e arquitectónicas budistas. Dado que a influência vinha por via marítima a partir da Índia estes países acabariam por adoptar a tradição Mahayana.
Império Srivijaya

O império marítimo Srivijaya, centrado em Palembang na ilha de Sumatra, Indonésia, adoptou o budismo nas suas formas Mahayana e Vajrayana por ordem dos soberanos Sailendra.

Este império difundiu a arte budista durante a sua expansão no sudeste asiático. As várias estátuas de Bodhisattvas que se encontram por toda a região datadas deste período caracterizam-se por um grande refinamento e sofisticação técnica. Um importante legado deste período é o templo budista de Borobodur, em Java, a maior estrutura deste tipo do mundo, cuja construção iniciou-se em 780.
Império Khmer (séculos IX-XIII)

Entre os séculos IX e XIII o império Khmer, de religião budista Mahayana e hindu, dominou a maior parte da península do sudeste asiático. Sob o domínio Khmer, mais de novecentos templos budistas foram construídos no Camboja e na Tailândia. Angkor foi o centro deste desenvolvimento, com um complexo de templos e organização urbana capaz de suster um milhão de habitantes. Um dos reis Khmer mais importantes, Jayavarman VII, construiu grandes estruturas budistas em Bayon e Angkor Thom.

Na sequência da destruição do Budismo Mahayana na Índia no século XI, o budismo Mahayana entrou em declínio no sudeste asiático, sendo substituído pelo budismo Theravada difundido a partir do Sri Lanka.
Emergência do Budismo Vajrayana (século V)

O Budismo Vajrayana, também conhecido como Budismo tântrico, surgiu em primeiro lugar no este da Índia entre os séculos V e VII d.C.. É por vezes visto como uma escola do Mahayana ou chamado como “terceiro veículo” do Budismo. O Vajrayana é uma extensão do Budismo Mahayana no sentido em que não oferece novas perspectivas filosóficas; em vez disso, introduz novas técnicas (upaya ou “métodos eficazes”), entre as quais se incluem o recurso às visualições e às práticas de ioga. Muitas das práticas do Budismo tântrico derivam também do bramanismo.

Os primeiros praticantes do Budismo Vajrayana eram homens que viviam nas florestas à margem da sociedade (mahasiddas), mas por volta do século IX o Vajrayana já se tinha introduzido em centros da tradição Mahayana. À semelhança do que sucedeu com os outros Budismos da Índia, o Vajrayana entrou em decadência com as invasões islâmicas do século XII. Esta forma de Budismo existe ainda hoje no Tibete, onde foi introduzido no século VII.
O renascimento do Budismo Theravada





Expansão do budismo Theravada do século 11 EC.

A partir do século XI, a destruição do Budismo no subcontinente indiano, provocada pelas invasões islâmicas, levou ao declínio da tradição Mahayana no sudeste asiático. Uma vez que as rotas continentais pela Índia estavam comprometidas, desenvolveram-se novas rotas marítimas entre o Médio Oriente e a China que passavam pelo Sri Lanka. Em consequência, o Budismo Theravada acabaria por se difundir pela Ásia.

O rei Anawrahta, fundador do império birmanês, adoptou o Budismo Theravada como religião oficial. Este facto geraria a construção de milhares de templos budistas na capital, Pagan, entre os séculos XI e XIII. Cerca de dois mil deles ainda permanecem de pé. O poder dos Birmaneses decaiu com a ascensão dos Thai e com a tomada da capital pelos Mongóis em 1287; apesar disso, o budismo Theravada continua a ser a principal religião na Birmânia até hoje.

O Budismo Theravada foi também adoptado pelo recém-formando reino tailandês de Sukhothai por volta de 1260. Durante o período Ayutthaya (séculos XIV-XVIII) o budismo seria reforçado como religião, tornando-se parte integrante da sociedade tailandesa.

Na áreas continentais, a tradição Theravada continuou a sua expansão para a Laos e o Camboja no século XIII. No entanto, a partir do século XIV, nas regiões costeiras e nas ilhas do sudeste asiático cresceu a influência do islão, que se expandiu para a Malásia, Indonésia e na maior parte das ilhas até as Filipinas.

Contudo, desde os anos sessenta, o Budismo tem conhecido um renascimento na Indonésia devido em parte às políticas de Suharto que recomendavam aos indonésios a adopção de uma das cinco religiões tradicionalmente praticadas na Indonésia: Islamismo, Protestantismo, Catolicismo, Hinduísmo ou Budismo. Hoje em dia, estima-se que existam cerca de dez milhões de budistas na Indonésia, sendo grande parte deles de ascendência chinesa.
Expansão do Budismo no Ocidente





Mapa da população budista atual, em números absolutos: em vermelho, países com elevado número de budistas; em rosa, países com número mediano de budistas

Após os encontros entre o Budismo e o Ocidente representados na arte greco-budista, um conjunto de informações e lendas sobre o Budismo chegaram ao Ocidente de maneira esporádica. Durante o século VIII, as histórias Jataka budistas foram traduzidas para o siríaco e o árabe como Kaligag e Damnag. Uma biografia do Buda foi traduzida para o grego por João de Damasco, acreditando-se que tenha circulado entre os cristãos como a história de Josafat e Baarlam. No século XIV, Josafat seria declarado santo pela Igreja Católica Romana.

O próximo contacto directo entre o Budismo e o Ocidente aconteceu na Idade Média quando o monge franciscano Guillaume de Rubrouck foi enviado como embaixador à corte mongol de Mongke pelo rei Luís IX de França. O encontro aconteceu em Cailac (actualmente no Cazaquistão), tendo o monge julgado que os budistas seriam cristãos perdidos.

O Budismo começou a despertar um interesse no público ocidental no século XX, após o fracasso de projectos políticos como o Marxismo. Nos anos 1970, o interesse pela realização pessoal substituiu os projectos políticos que visavam a mudar a sociedade. Neste contexto, o Budismo tem experimentado uma forte poder de atracção devido entre outros factores à falta de deidade e a uma certa centralidade da experiência individual.
Resumo
A história do Budismo desenvolve-se desde século VI a.C até ao presente, começando com o nascimento de Siddhartha Gautama, o Buda histórico.
Durante todo este período, a religião evoluiu à medida que encontrou diferentes países e culturas, acrescentando ao fundo indiano inicial elementos culturais oriundos do Helenismo, bem como da Ásia Central, do Sudeste asiático e Extremo Oriente.
O fundador do Budismo foi Sidarta Gautama, um príncipe indiano que viveu por volta de 563 a.C. até 483 a.C., e sistematizou as quatro verdades nobres e o caminho óctuplo.
A sua relutância em nomear um sucessor ou em formalizar a sua doutrina levaria à formação de vários movimentos nos quatrocentros anos seguintes. Antes do patrocínio real do rei Asoka, o budismo parece ter sido um fenómeno marginal, pouco se conhecendo dos seus primeiros tempos.
O primeiro concílio budista ocorreu em Rajagriha pouco tempo depois da morte de Buda r tinha como objetivo registrar os ensinamentos orais do Buda (sutra) e codificar as regras monásticas (vinaya).
O segundo concílio budista foi oriundo dos conflitos entre escolas tradicionais do budismo, que pregavam que a iluminação poderia ser obtida via regras monásticas, e um movimento de interpretação mais liberal conhecido como os Mahasamghikas,que propunha como verdadeiro objetivo o atingir do estado de budeidade, através de regras menos rígidas.
O rei máuria Ashoka converteu-se ao Budismo após a conquista brutal que empreendeu na Índia. O rei tornou-se um grande incentivador e propagador do budismo e de viagens missionárias da religião.
O terceiro concílio budista foi convocado por Ashoka e tinha o objetivo de tentar reconciliar as diferentes escolas budistas, purificar o movimento budista de facções oportunistas atraídas pelo patrocínio real e estabelecer as viagens de missionários budistas para todo o mundo. O cânone pali, que compreende textos de referência do Budismo tradicional e é considerado ter sido transmitido pelo Buda, foi formalizado nesta ocasião.

Introdução ao Budismo/Escolas do Budismo


Como a maioria das religiões e filosofias mundiais, o Budismo de acordo com a sua evolução histórica dividiu-se em diversos grupos e segmentos que diferenciam entre si em algumas doutrinas e visões do budismo. Não conseguiremos aqui distinguir todos os ramos do budismo que existem ou já existiram, mas analisaremos aqueles de maior relevância histórica.


Índice

Escola Theravada

O Budismo Theravada (do pali: थेरवाद theravāda (sânscrito: स्थविरवाद sthaviravāda); literalmente, “o ensino dos anciões”, ou “o antigo ensino”) é considerado como a mais antiga escola de Budismo ainda existente. Por muitos séculos, o Theravada tem sido a religião predominante no Sri Lanka, Birmânia e Tailândia; atualmente, o número de budistas Theravada em todo o mundo excede 100 milhões de pessoas. Em décadas recentes, o Theravada começou a fincar suas raízes no Ocidente.
Escola Mahayana

A Escola Mahayana (em sânscrito: महायान, transl. mahāyāna, “grande veículo”) é atualmente a maior das duas principais tradições do Budismo existentes hoje em dia, a outra sendo o Theravada. As raízes do nome Mahayana são polêmicas e têm sua origem num debate sobre quais seriam os reais ensinamentos do Buda. Embora o movimento Mahayana trace suas origems a Siddharta Gautama, o consenso obtido pelas evidências históricas até hoje indica que tenha se originado no sul da Índia no século I d.C. Foi levado à China por Lokaksema, primeiro tradutor dos sutras Mahayana para o chinês.

A primeira menção ao Mahayana ocorre no Sutra de Lótus, entre o século I a.C. e o século d.C. As primeiras escrituras Mahayana provavelmente se originaram durante o século I no subcontinente indiano e se espalharam para a China durante o segundo século. Apenas no século V, o Mahayana se tornou uma escola influente na Índia. No decorrer de sua história, o Budismo Mahayana se espalhou pelo leste da Ásia. Os principais países no qual ele ainda é praticado são a China, o Japão, a Coréia e o Vietnã.

As principais escolas do Budismo Mahayana que possuem um número significativo de seguidores são o Budismo tibetano, o zen-Budismo, a Terra Pura, o Nichiren, o Shingon e o Tendai.
Budismo Vajrayana





Estátua Vajrasattva (Buda da purificação),Tibete.

Vajrayana, também chamado de mantrayana, tantrayana, budismo esotérico ou tântrico e Veículo do Diamante (chinês: 金剛乘, jīngāngshèng, japonês: 金剛乗, kongōjō) , é um conjunto de escolas budistas esotéricas. O nome vem do sânscrito e significa “veículo de diamante”.

O Vajrayana é, às vezes, considerado como uma extensão do Budismo Mahayana, uma vez que ele difere primariamente na adoção de técnicas adicionais (sânscrito: upāya, “meios hábeis”), ao invés de propor uma filosofia radicalmente diferente.

O Mahayana possuiria, assim, dois caminhos de prática: o Sutrayana, que prega o aperfeiçoamento através do acúmulo de mérito e sabedoria gradualmente, e o Vajrayāna, que prega a tomada do fruto – a iluminação – como o caminho.
Budismo tibetano

Budismo tibetano (também chamado de Lamaísmo,Vajrayana ou Budismo Tântrico), é uma escola budista com grande ênfase na figura dos lamas, nome dado aos instrutores de darma nesta linha budista. O uso mais conhecido do termo é a palavra dalai lama, título de uma linhagem de líderes religiosos da escola Gelug do Budismo Tibetano.
Budismo Nichiren





Nichiren Shōnin

O Budismo Nichiren designa um conjunto de escolas que seguem o ensinamento budista de Nichiren, monge japonês do século XIII.

Entre outros pontos em comum, essas linhagens afirmam que oSutra de Lótus torna os demais sutras budistas verdades parciais. Os ensinamentos anteriores teriam sido proferidos pelo Buda Shakyamuni em caráter provisório de acordo com a capacidade dos ouvintes, enquanto que no Sutra do Lótus ele profere seus ensinos a partir de um ponto absoluto segundo a interpretação do Sutra de Lótus e do Sutra do Nirvana por Nitiren.

Outro tópico essencial ao Budismo de Nitiren é a utilização de um único mantra, “nam myoho rengue kyo”, que, em uma tradução simples, significa “Devoto-me à lei mística do Sutra de Lótus”, mas cujas sílabas desdobram-se em outros significados. De acordo com as escolas, o Daimoku (como é chamado o mantra), encerraria em si a Lei do Universo e despertaria a natureza de Buda em quem recitasse. Portanto, outro pilar da fé nos ensinamentos de Nitiren seria o poder de atingir o Estado de Buda na existência atual e, através da disseminação dos ensinos (Chakubuku), buscar a paz mundial (kossen-rufu).

Dentre as práticas dessa tradição budista, encontram-se a recitação do mantra nam myoho rengue kyo a uma mandala tradicional chamada gohonzon e a realização de duas cerimônias de oração diárias, denominadas gongyô, em que são recitados trechos do Sutra de Lótus na pronuúncia japonesa do texto em chinês.

Existem dúzias de escolas de Budismo de Nichiren, com significativas diferenças doutrinárias principalmente quanto ao papel exato de Nichiren. Algumas, como a Nitiren Shu, tratam-no como um importante sacerdote que revelou à população o Verdadeiro Budismo, mas submisso ao Shakyamuni. Outras, notavelmente a Nichiren Shoshu e a organização leiga Soka Gakkai, consideram Nitiren como o Buda Original da era de Mappô, dedicando sua atenção a ele em vez de outros Budas, cujos ensinamentos também teriam se tornado impraticáveis e inadaptáveis aos tempos atuais.
Shingon





Localizado em Kyoto, Japão, Daigo-ji é o templo central do ramo Daigo-ha do Budismo Shingon.

A escola Shingon (眞言, 真言 “verdadeira palavra”) de budismo é uma das maiores escolas budistas japonesas, e é um dos ramos do Budismo Vajrayana juntamente com o budismo tibetano. É geralmente chamado de “Budismo esotérico japonês”. A palavra shingon é a leitura japonesa dos kanji para a palavra chinesa zhen yan, literalmente significando “palavra verdadeira”, que por sua vez é a tradução chinesa da palavra sânscrita mantra.

O Budismo Shingon surgiu no período Heian (794-1185), quando o monge Kūkai foi para aChina em 804 e estudou práticas tântricas na cidade de Chang’An e retornou com muitos textos e obras de arte. Com o tempo, ele desenvolveu sua própria síntese da doutrina e prática esotéricas, centrados Buda universal, Vairochana (ou, mais precisamente, Mahavairochana Tathagata). Assim, estabeleceu um monastério no Monte Koya, que se tornaria a sede escola de Shingon.
História

Shingon gozou de imensa popularidade durante o período Heian, particularmente entre a nobreza da época, e contribuiu largamente com a arte e literatura da época. Posteriormente, o budismo Shingon dividiu-se em dois ramos principais; Kogi Shingon, ou “Shingon antigo,” eShingi Shingon, ou “Shingon novo.” Esta divisão surgiu em primeiro lugar devido à uma disputa política entre Kakuban e sua facção de sacerdotes centrados no Denbōe e a liderança de Kongōbuji, a central do Monte Koya. Kakuban, que fora originalmente ordenado no templo Ninnaji, em Kyoto, estudou em diversos centros monásticos (incluindo o complexo de templos Tendai em Onjiyōji) antes de ir para o Monte Kōya. Através de suas conexões, ele conseguiu ganhar a simpatia de nobre do alto escalão em Kyoto, o que ajudou-o a ser apontado como abade do Monte Kōya.

A liderança de Kongōbuji, entretanto, opôs-se à indicação sob o pretexto de que Kakuban não havia sido originalmente ordenado no Monte Koya. Depois de vários conflitos, Kakuban e sua facção de sacerdotes trocaram o Monte Koya pelo Monte Negoro, à noroeste, onde eles construíram um novo complexo monástico, atualmente conhecido como Negoroji. Depois da morte de Kakuban em 1143, a facção de Negoro retornou para o Monte Koya. Entretanto em 1288, o conflito entre Kongōbuji e os Denbōe veio à tona mais uma vez. Liderados porRaiyu, os sacerdotes Denbōe mais uma vez deixaram o Monte Kōya, dessa vez estabelecendo o seu quartel general no Monte Negoro. Esse êxodo marcou o início da escola Shingi Shingon em Negoro, que foi o centro de Shingi Shingon até ser saqueado por Toyotomi Hideyoshi em 1585.

Durante os estágios iniciais sua pregação no Japão, o missionário católico Francisco Xavier foi bem recebido pelos monges Shingon, à partir do momento que ele passou a usar a palavra Dainichi para o Deus Cristão. Na medida em que Xavier aprendeu mais sobre as nuáncias religiosas da palavra, ele mudou para Deusu do latim e do português Deus. Os monges àquela altura também já haviam entendido que Xavier estava pregando uma religião rival.
Ensinamentos





Uma mandala japonesa dos cinco Dhyani Buddhas.

Os ensinamentos Shingons são baseados em textos esotéricos, os principais sendo oMahavairochana Sutra e o Vajrasekhara Sutra. Estes dois ensinamentos místicos são apresentados nas duas principais mandalas Shingon, à saber, a mandala do Reino do Útero (sânsc.: Garbhadhatu Mandala; jp.:Taizokai Mandara) e a mandala do Reino Indestruível/do Diamante (sânsc.: Vajradhatu Mandala; jp.:Kongokai Mandara). O Budismo Vajrayana está relacionado com práticas rituais e meditativas que levam à Iluminação. De acordo com o Shingon, a iluminação não é uma realidade distante e alheia que pode levar eras para se alcançar, mas uma possibilidade real nesta mesma vida, baseado no potencial espiritual de cada ser vivo, conhecido genericamente como Natureza de Buda. Se cultivada, essa natureza luminosa manifesta-se como sabedoria inata. Com a ajuda de um professor genuíno e através do treinamento apropriado de corpo, fala e mente, podemos reivindicar e liberar esta capacidade para o benefício nosso e dos outros.

Kūkai também sistematizou e categorizou os ensinamentos que ele herdou em dez estágios ou níveis de realização espiritual. Ele escreveu em profusão sobre diferença entre budismo exotérico and esotérico. As diferenças entre budismo exotérico e esotérico podem ser resumidas em:

1. Os ensinamentos esotéricos são pregados pelos Buda Dharmakaya que Kūkai identifica com Mahavairochana. Oa ensinamentos exotéricos são pregados pelo Buda Nirmanakaya, também conhecido como Siddhartha Gautama, ou um dos Budas Sambhoghakaya.

2. O budismo esotérico afirma que o estado último de um Buda é inefável e indescritível. Mas apesar de que nada possa ser dito verbalmente, este estado pode ser prontamente comunicável através de rituais esotéricos que envolvem o uso de mantras, mudras e mandalas.

3. Kūkai sustentava doutrinas exotéricas eram meramente temporárias, meios hábeis (upaya) por parte dos Budas para ajudarem os seres de acordo com suas capacidades de compreenderem a verdade. As doutrinas esotéricas, por outro lado, são a prórpia verdade e uma expressão direta da “experiência introspectiva da iluminação do Dharmakaya”.

4. Algumas escolas exotéricas do final do Período Nara e início do Período Heian no Japão sustentavam (ou eram retratadas pelos seguidores Shingon como tal) que alcançar a iluminação era possível, mas requeria uma enorme quantidade de tempo (três incomensuráveis eons) de prática para ser alcançada, enquanto que o Budismo esotérico ensina que a Estado Búdico pode ser alcançado nesta mesma vida por qualquer pessoa.
Tendai

Tendai (天台宗, Tendai-shū) é uma escola do Budismo japonês, descendente da escola chinesa Tiantai, ou escola do Sutra do Lótus.
História

O ensinamento Tiantai foi trazido ao Japão pela primeira vez pelo monge chinês Jianzhen (鑑眞 japonês: Ganjin) na metade do século VIII, mas não foi completamente aceito. Em 805, o monge japonês Saichō (最澄; também conhecido como Dengyō Daishi 伝教大師) voltou daChina com novos textos Tiantai e fez do templo que ele havia construido no Monte Hiei (比叡山), w:Enryakuji (延暦寺), um centro para estudo e prática do que veio a ser o Tendai japonês.

Filosoficamente, a escola Tendai não desviou substancialmente das crenças da escola chinesa Tiantai. Entretanto, o que Saichō trouxe daChina não foi somente o Tiantai, mas também elementos do Zen (禅, chinês tradicional: 禪), do Mikkyō esotérico (密教), e da escola Vinaya(戒律). A tendência a incluir uma série de ensinamentos tornou-se mais marcante com os sucessores de Saichō, tais como Ennin (圓仁) eEnchin (圓珍). Entretanto, em anos posteriores, esta variedade de ensinamentos começou a gerar sub-escolas dentro do Budismo Tendai. Na época de Ryogen, existiam dois grupos distintos no Monte Hiei: os Sammon, ou Grupo da Montanha, os quais seguiam Ennin, e osJimon ou Grupo do Rio, os quais seguiam Enchin.

A escola Tendai floresceu sob a patronagem da família imperial e da nobreza japonesa, particularmente do clã Fujiwara; em 794, a capital imperial foi movida para Kyoto. O Budismo Tendai tornou-se a forma dominante de Budismo no Japão por muitos anos e deu origem à maioria dos desenvolvimentos no Budismo japonês posterior. Nitiren, Hōnen, Shinran, e Dogen—todos pensadores famosos do Budismo japonês de escolas outras que a Tendai—foram inicialmente treinados como monges Tendai. O Budismo japones foi dominado pela escola Tendai num grau muito maior do que o Budismo chinês havia sido pelo sua escola de origem, a Tiantai.

Devido à sua patronagem e à sua crescente popularidade nas classes superiores, a seita Tendai passou a ser não apenas respeitada, mas também poderosa politica e militarmente. Durante o período Kamakura, a escola Tendai usou sua patronagem para tentar se opor às facções rivais em ascenção—particularmente à escola Nitiren, que havia começado a crescer em força entre as classes médias mercantis, e à escola Terra Pura, que eventualmente conseguiu o apoio de muitos nas classes mais pobres. Enryakuji, o templo no Monte Hiei, tornou-se um centro de poder, frequentado não apenas por monges ascetas mas também por brigadas de monges guerreiros (sohei) que lutavam pelos interesses do templo. Como resultado, em 1571 Enryakuji foi destruído por Oda Nobunaga como parte de sua campanha para unificar o Japão. Nobunaga considerava os monges do Monte Hiei como uma ameaça ou rival em potencial, já que eles podiam empregar a religião para tentar unir a população do lado deles. O templo foi reconstruído posteriormente e continua a funcionar como o templo chefe da escola Tendai nos dias de hoje.

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