
Torcendo muito para que o momento atual do Santa Cruz seja em breve uma página virada da nossa História, recebemos a notícia de que será lançado livro do pesquisador Carlos Celso Cordeiro, ele que já tem trabalhos publicados sobre outros dois clubes pernambucanos de menor importância.
Pois bem. A notícia é muito boa. Mesmo não conhecendo direito o trabalho do autor, sei que é um registro importante, baseado na coleta de informações detalhadas sobre todas as partidas disputadas pelo Santa, algo mais completo do que o já publicado, por exemplo, em 85 Anos de Bola Rolando, de Givanildo Alves (Ed. Bagaço, 2000), que contém as fichas técnicas das partidas disputadas pelo vencedor de cada certame do Campeonato Pernambucano, com algumas informações sobre as campanhas, até 1999.
Mas a notícia me trouxe imediatamente a lembrança de um livro sobre a história do Santa Cruz escrito há pelo menos dez anos, e sobre o qual não se ouve mais falar. Trata-se de um trabalho extenso, de autoria do mesmo Givanildo Alves (falecido em 2000) em parceria com Lenivaldo Aragão, uma obra que, infelizmente, está engavetada em algum lugar.
Lembro que em 1999, durante a campanha que resultou no acesso à série A, junto com o Goiás (que lá permanece até hoje, pela competência que passou longe dos nossos dirigentes a partir de então), chegou-me às mãos um exemplar da segunda edição, “revista e ampliada”, como consta na capa, do História do Futebol em Pernambuco (Bagaço, 1998), uma obra de referência obrigatória para quem se interessa pelo nosso futebol. O autor é ele mesmo, Givanildo Alves, cujo endereço residencial e telefone lá impressos revelavam, para minha surpresa, que o jornalista morava a três quadras da minha rua, aqui no Janga.
Pois então bati à sua porta, em busca de uma dedicatória, e fui muito gentilmente recebido, para um bate-papo rápido entre livros e histórias sobre o Santa, depois de ele me perguntar qual era o meu time (ao devolver-lhe a pergunta, desconversou, mas depois de seu falecimento ficamos sabendo que era alvirrubro). No meio da conversa, no terraço de sua residência, ele pediu licença para ir buscar lá dentro algo que me interessaria muito, como santacruzense. E trouxe então a prova do livro, um calhamaço de umas 700 páginas, encadernado em espiral, certamente um texto muito bem escrito, dada a competência dos autores. Folheei o material com os olhos brilhando, já doido pra saber quando estaria disponível nas livrarias.
Givanildo então me disse que o trabalho havia sido realizado por encomenda do sr. João Caixero, e que a decisão sobre quando publicá-lo caberia a ele, Caixero. Anos depois, quando o autor já não estava mais aqui, tive a oportunidade de fazer, por telefone, a mesma pergunta ao seu parceiro, Lenivaldo Aragão, durante um programa de debates, na TVU. A resposta foi a mesma. Só quem sabe quando será publicado é o sr. João Caixero.
Pois então agora, neste momento em que discutimos a importância da preservação de nossa memória, e quando o clube celebra um feito histórico, a campanha vitoriosa (retratada com detalhes na obra) que nos vale a insígnia de Fita Azul do futebol brasileiro, penso que temos o direito de saber se esse livro, que está pronto há dez anos, será mantido como privilégio para deleite exclusivo do sr. João Caixero, ou se a imensa torcida do Santa Cruz teremos também a chance de desfrutar de sua leitura.
Aguardemos, então, uma resposta de Caixero, ou da diretoria.
Nota da Redação: a foto que ilustra este artigo foi copiada do blogMemórias do Santa Cruz, mantido pelo professor Edvaldo Leite. O time campeão pernambucano de 1932 foi composto por Dadá; Sherlock (João Martins) e Fernando; Zezé Fernandes, Julinho Fernandes e Doia; Walfrido, Aloysio (Popó), Tará, Lauro e Estevam.
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